38 - Bem-vinda às sombras

Rota 205, ao leste da Cidade de Floaroma, Região de Sinnoh; Dia 21 de Dezembro, 18h40.
Dawn semicerrou um olho. Estava tudo escuro. Sua cabeça latejou e ela, apenas para se aborrecer, deu um salto e ficou de pé. Cambaleou e se sentou no chão. Aquela serpente metálica idiota havia machucado-a. Nunca perdoaria aquele gorducho ruivo. Então ela lembrou-se do que havia ouvido quando estava semi-consciente.
"- O... o que foi, May?
- Persian Negro... é minha irmã mais velha? Persian Negro é Dawn? Minha irmã... Uma ladra do mal...
- Calma, May, calma. Vamos pensar. Quando você fugiu...
- Mantendo contato. Câmbio, câmbio. Dawn? Dawn, você está aí? Ah, que droga. Estou indo, ok? Câmbio, desligo."
É mesmo! Ele estava vindo! Dawn não queria mais espiar para ele. Abandonaria-o e este era o momento perfeito. Ela retornou seu Pérola Negra que jazia inconsciente no chão e levantou-se. Depois de uma breve vertigem, andou estilosamente até os arbustos e aguardou.
Depois de um tempo, lá estava ele, cercado por seus seguranças idiotas. O homem olhou em volta. Chamou por seu nome. Ligou para seu comunicador. Passou bastante tempo até desistir e ir embora.
Dawn ficou de pé novamente e virou-se para a mata. Atrás dela estava uma mulher de vestido preto e pés descalços. Seus cabelos destacados em camadas brancas e negras esvoaçavam mesmo sem vento algum e seus olhos tinham um brilho arroxeado.
- Olá, Persian Negro... Ou eu deveria dizer... Dawn?!
Dawn arregalou os olhos e tentou correr. A mulher misteriosa emanava uma aura maligna. Ela continuava a correr quando percebeu que não saía do lugar. Seus pulsos começaram a doer. Ela sentiu cordas invisíveis segurando todo o seu corpo. Os pulsos sangravam.
- Para quê tanta pressa? - perguntou a mulher, a voz falsamente adocicada - Agora que você está livre, não tem mais compromissos. Você quer uma vida criminal. Pistoleira ou ladra. Um belo futuro, eu diria - sua voz pingava sarcasmo.
- Cale... a boca! - grunhiu Dawn - Deixe-me ir! Senhora, está me machucando...
- NÃO ME CHAME DE SENHORA! - a mulher suspirou - Calma, gatinha das sombras. Tenho uma proposta a lhe fazer. Que tal unir-se a mim? Unir-se a nós?
- Nós...?
- Nós! A Equipe Galática! - e começou a gargalhar.