37 - Tempestade

S.S. Tidal, Mar de Sinnoh; Dia 30 de Dezembro, 9h.
O navio partiria naquele mesmo dia. Os amigos já havia guardado suas coisas e entrado no barco e esperavam o começo da viagem na cabine.
Chegariam em Slateport no dia seguinte se tudo corresse bem e estariam em Lilycove, a cidade mais próxima do Monte Pira, em dois dias se usassem Drifloon e outro Pokémon voador para ir até lá.
May refletia interminavelmente sobre os bilhetes de Kyo. O que ele quis dizer com "Cuidado até com a própria Natureza" e com "grande impacto"?
O navio partiu, finalmente. Don, May e Lyrche dormiram um pouco e depois andaram por aí. Passaram muito tempo apenas observando o mar, calados.
Don imaginava como seria sua vida sem essa reviravolta. Como era a vida dos outros passageiros do navio, que nada sabiam desstal guerra iminente. Almoçaram e a tarde foi o tédio concretizado. Depois do jantar, voltaram para a cabine e lá ficaram. Depois foram novamente para o convés, deitar-se nas espreguiçadeiras à beira da piscina.
Don havia pego a Pokébola de Chimchar com o adesivo da labareda na parte vermelha e começou a limpá-la, apenas para ter algo para fazer. Mas um solavanco repentino que sacudiu todo o navio fez a Pokébola saltar da mão do criador e cair dentro da piscina.
- Chimchar! - berrou ele.
Lyrche olhou em volta.
- Pessoal... - gaguejou ela, apontando para o horizonte.
O mar estava revolto, ondas gigantescas erguiam-se fazendo sombra sobre o barco. No horizonte, o céu estava coberto por nuvens negras que se aproximavam rapidamente do navio. Um chuva torrencial estava sendo preparada. Todas as luzes do navio se apagaram e um rio de água veio do corredor, levando o capitão do navio e grande parte da tripulação.
- Abandonar o navio! - gritava o capitão, a testa pingando de suor e água - Para os barcos salva-vidas!
Don se preparava para saltar na piscina e pegar a Pokébola de Chimchar.
- Vamos, Don! - disse May, empurrando-o na água.
O garoto nadou até o fundo da piscina e estava a centímetros da esfera quando o navio deu outro solavanco, levando-o para o outro lado da piscina. Ele subiu até a superfície, respirou e afundou novamente. Agarrou a Pokébola e ia emergindo novamente quando um raio caiu bem na sua frente, fazendo um barril pegar fogo. O fogo se espalhou e formou uma parede entre Don e as meninas.
May, do outro lado do fogo, liberou Drifloon e mandou-o lançar vento para apagar as chamas. O vento não foi suficiente e o fogo aumentou.
Só há um modo de passar por esse muro, pensou Don, encolhendo a Pokébola de Chimchar e a colocando no bolso. Ele tomou distância e correu a toda até as chamas. Mas o chão estava molhado e o garoto escorregou e caiu bem no meio das labaredas. Desesperado, ele começou a gritar por socorro e May e Lyrche ficaram sem saber o que fazer. Seu amigo estava no meio do incêndio! Elas pegaram um balde e encheram-no de água. Jogaram a água em Don e o fogo à sua volta se apagou aos poucos.
Don se levantou com um pouco de esforço por causa da queda, mas percebeu que estava intacto. Não havia nenhuma queimadura pelo seu corpo.
- Don... - começou May, igualmente surpresa, mas foi interrompida por outro raio, que caiu no convés.
O trio correu para um barco salva-vidas, que caiu no mar. Eles remaram até não poder mais e desmaiar. A tempestade já se acalmava e ao longe o S.S. Tidal afundava, quase completamente em chamas, criando um redemoinho de água.