47 - Sobrenatural - Parte 1

Monte Pira, ao sudoeste de Lilycove, Hoenn; Dia 6 de Janeiro, 9h23.
Os amigos chegaram em Lilycove sem maiores incidentes. O clima entre eles estava bem tenso, uma vez que Don e Lyrche sabiam que May escondia algo e May sabia que Don e Lyrche sabiam que ela escondia algo. Falaram o mínimo possível e se dirigiram logo ao Hotel Cove Lily, onde foram mal recebidos por um gordo bêbado que não desgrudava a cara da televisão e o traseiro do sofá. O quarto era confortável e depois de uma cochilada, os amigos foram para o oeste da cidade. Era uma rota que seguia por um caminho ao longo do litoral. Logo na saída da cidade ficava a entrada da Zona de Safári.
Don, May e Lyrche chegaram a um cais uma hora depois. O mar azul se extendia a sua frente, quase infinito. Uma ilha-montanha se erguia não muito longe do cais. Era o Monte Pira. O trio ficou lá no cais de madeira olhando o pico envolto por uma neblina escura. Era o seu objetivo. E, no fundo, cada um sabia que estava com medo. Sabia que não queria aquela vida. Que salvar o mundo devia ser trabalho para qualquer outra pessoa, menos para cada um dos membros do trio. Queriam estar em Sinnoh, seguindo viagem e realizando seus sonhos, não abandonando tudo para tatear às cegas por toda uma região. Don liberou Chimchar para encorajá-lo, mas de nada adiantou. Pouco tempo depois, Don, Chimchar, May, Grotle, Lyrche e Happiny fitavam a montanha.
Então Don despertou do devaneio coletivo. Liberou Tropius e fez os amigos subirem. E lá estavam eles novamente voando sobre o mar. Só que desta vez estavam indo para o lugar mais fúnebre de Hoenn, a montanha-cemitério, o Monte Pira, onde centenas de fantasmas como os da Velha Mansão da Floresta de Eterna vagavam, sem paz. E onde a jornada em busca das lendas realmente começava.
Tropius pousou na entrada do cemitério. Don recolheu-no e o grupo entrou. Era um lugar escuro e frio. Fileiras e mais fileiras de lápides se estendiam nos seis andares de tristeza e perdas. Sons ecoavam no lugar totalmente esculpido em mármore e granito no interior da montanha. Além da porta pela qual o trio entrou, havia outras duas. Uma dava para uma rota sinusoa que subia cada vez mais no exterior da montanha e outra numa escada para o segundo piso do cemitério, no interior do lugar. Don, May e Lyrche foram para a porta que dava no lado de fora, tentando se livrar da atmosfera triste do lugar.
O ambiente mudou bruscamente quando os amigos saíram do centro da montanha. Estavam em algum lugar acima do nível do mar que se estendia à frente. Uma escadaria que dava a volta na montanha várias vezes subia até sumir na névoa escura do pico. Don, May e Lyrche começaram a subir as escadas, degrau por degrau, sentindo a brisa do mar e ouvindo o som das ondas quebrando na montanha.
Os amigos estavam cada vez mais próximos do pico da montanha e de repente foram envoltos pela neblina misteriosa. Seguraram as mãos uns dos outros. Lyrche tentou, inutilmente, espalhar a névoa com as asas do Taillow. O som das ondas desapareceu e a brisa parou. E eles continuaram subindo a escadaria de pedra milenar. Então chegaram a uma espécie de templo. A escadaria acabou e se tornou um caminho reto e plano até o centro do pico. Em toda a volta, mais túmulos e estátuas fúnebres. A névoa impedia os amigos de verem o que havia em frente, mas els prosseguiram, de mãos dadas. E então chegaram em um lugar circular em que a névoa dava um "descanso" e permitia ver em volta. Era um santuário com três altos pilares de pedra que penetravam na névoa acima e um casal de velhinhos na frente.
- Olá... - começou Don.
- QUEM É VOCÊ? - berrou o velho e, com uma habilidade extraordinária, posicionou sua bengala para atacar.
- Calma, senhor, nós viemos em paz.
A velhinha estendeu uma mão trêmula para o braço do senhor, fazendo-o baixar a bengala.
- É, calma - e cochichou algo no ouvido do velho, que arregalou os olhos.
Don olhou para as amigas, que retribuíram o olhar. Kyo esteve ali.
- Qual o seu nome, garoto?
- Groudon Iwano. Esta é May e esta, Lyrche.
O senhor arregalou ainda mais os olhos e abriu a boca.
- São vocês! - ele olhou para a senhora. Ela tirou algo do bolso. - São o trio de quem o garoto falou!


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