Monte Pira, ao sudoeste de Lilycove, Hoenn; Dia 6 de Janeiro, 12h42.
- Corram! - berrou Don. Não era necessário. Lyrche e May já disparavam pela escadaria de pedra que dava voltas na montanha. Jatos nebulosos saíam da nuvem roxa e seguiam Don, May e Lyrche pela escadaria. Na cabeça de cada jato havia um Gastly. Dezenas de Gastlies ligados à nuvem principal perseguiam o trio escadaria abaixo. May gritou quando um jato nebuloso envolveu sua perna fazendo-a cair. O Gastly mordeu a perna e a arrastou pelos degraus acima. Don liberou Ursaring.
- Use suas garras!
Sem hesitar, Ursaring dividiu a névoa que puxava May em duas e o Gaslty que foi separado da nuvem principal desapareceu. May levantou-se de um salto e o trio continuou correndo. Trovões retumbavam da nuvem maligna que encobria o cume do Monte Pira.
Os amigos continuavam correndo a toda pela escadaria e quando alcançaram a porta do cemitério, a nuvem tomou uma aparência assustadora. Don, May e Lyrche entraram na montanha ofegantes, fechando a porta pesada de granito negro atrás deles. Estavam na mais completa escuridão, no mais tenebroso frio. De repente dois pares de olhos brilharam no escuro.
- Olá, garotos! Nos encontramos novamente...
- Éris! - arfou Don - Mostre-se, se tiver coragem!
- Don, Don, Don... Você parece tão corajoso... Mas não passa de um grande covarde! Entreguem-me os orbes!
- Nunca, sua bruxa velha! - berrou May, atrevida.
- NÃO. ME. CHAME. DE. VELHA! - Éris explodiu em raiva na última palavra. Seus cabelos chicoteavam e estalavam e seu corpo se iluminou de energia mágica. A luz refletiu em todo o recinto de mármore e granito. Purugly estava do lado da bruxa - Como se atreve? Eu vou acabar com todos vocês!
- Ah, é, Éris Quarrel? - desafiou Don - Você e que exército?
- Groudon Iwano, eu pensaria duas vezes antes de falar qualquer coisa. Eu e este exército! - ela estendeu as mãos para os lados e as palmas brilharam. Os cabelos esvoaçavam como sempre e o exército de Éris se revelou. Centenas de Rattatas surgiam de todos os lugares possíveis no chão e Lampents se materializavam no ar. Cada vez mais Pokémon desciam pela escada interior que dava nos outros andares do cemitério e saíam de trás das lápides e Don, May e Lyrche se viram rodeados por ondas de Pokémon pequenos, mas que juntos podiam fazer um grande estrago.
Don liberou Chimchar, Steelix, Ursaring e Tropius. May soltou Grotle e Drifloon e Lyrche, Happiny e Taillow.
- May... A que Evolui... Quebrou minha maldição, hein, monstrinha? - distraía Éris - May, deixe-me perguntar algo... - a garota estava com muito medo para responder - Você não tem saudades do seu pai e da sua mãe? Pensa que eu não vi você chorando no corredor do museu, em Slateport? Que cara é essa, Groudon? Não... May? Você não contou a ele que o homem que estava no museu naquele dia era seu pai?
Don olhou para a amiga. Ele não queria repreendê-la, mas não pôde evitar. Era extraordinário demais o pai de May ser quem ele pensava que era.
- May... Por quê?
- Don, cale a boca! Ela só quer nos distrair. Reclame comigo quando sairmos dessa!
- Se saírem! - gargalhou Éris, sentada no ar, assistindo ao desespero do trio.
- Ah, cale a boca, sua velha - provocou Lyrche.
Os Rattata e Lampents atacaram. Os ratos escalavam os Pokémon grandes de Don e uma onda deles havia pego Grotle e Chimchar. Do ar, os Pokémon Lâmpada travavam injustas batalhas contra Drifloon, Taillow e Tropius. Happiny, com sua força desproporcional, jogava os inimigos contra as paredes, mas ainda assim era inútil. De repente, Grotle e Chimchar foram puxados para baixo dos Pokémon que os atacavam. May, que chutava freneticamente, com nojo, soltou um grito agudo quando viu que apenas uma garra de Grotle não estava sob os Rattata. A onda de Pokémon havia engolido seu inicial, que se debatia inutilmente. Aquela batalha causava mais danos psicológicos do que físicos nos Pokémon dos amigos. Eles não sofriam muitos ataques mas se viam naquela posição agoniante e lutavam inutilmente.
De repente, do fundo do mar de ratos, um brilho. A luz foi aumentando, aumentando e explodiu, lançando Rattatas no ar para todos os lados. Chimchar estava sobre um enorme e pesado Torterra.
- Torterra! - escandalizou a garota - Agora deixe-me ver... Torterra, use tempestade de folhas e e planta frenética!
Folhas giravam para todos os lados, cortando os Ratatta e atravessando uma Éris imaterial enquanto raízes se saíam do chão do cemitério, batendo nos Rattata e prendendo-os. Mas parecia que os Pokémon eram infinitos: cada vez mais ratos desciam as escadas e atacavam.
No ar, os Pokémon voadores tomavam uma surra dos Lampents. Tropius, que era do tipo Grama e tinha desvantagem contra os fantasmas de fogo, estava queimado em várias partes do corpo e ameaçava cair a qualquer momento.
Então, de repente, a porta por onde Don, May e Lyrche havia entrado de manhã foi escancarada com um estrondo e um homem de capa e chapéu com um Pikachu no ombro e dois seguranças entraram no cemitério.
- Pikachu, ataque!
E o rato elétrico percorreu várias rotas entre os Rattata com a investida elétrica.
- Éris Quarrel, você está presa.
- Você é que pensa - disse Éris, desaparecendo com Purugly, o mar de Rattatas e os Lampents no ar.
Don e Lyrche estavam boquiabertos e May chorava descontroladamente.
- Papai! - ela correu para abraçá-lo.
- Filha! - ele tirou o chapéu que fazia sombra sobre seu rosto e retribuiu o abraço. Don e Lyrche sentiram lágrimas descendo nas suas faces. Não porque sua melhor amiga era filha de Ash Ketchum, o Mestre Pokémon campeão de todas as ligas, mas porque ela estava mais feliz do que eles jamais haviam visto.
Rattata: um Pokémon Rato. Ele aprecia queijo, nozes, frutas e bagas. Ele vai para as campinas roubar comida dos treinadores descuidados.
Pikachu, um Pokémon Rato. Ele pode liberar relâmpagos das bolsas elétricas nas suas bochechas vermelhas, sua marca registrada. Morando nas florestas, são Pokémon considerados raros. São Pokémon excepcionalmente inteligentes.
Lampent: o Pokémon Lâmpada. Ele é temido como o Pokémon sinistro que vagueia sem rumo pelas cidades em busca das almas dos falecidos, que ele absorve e converte na sua chama, conhecida como Hitodama.