51 - O terceiro museu

Museu de Lilycove, Cidade de Lilycove, Região de Hoenn; Dia 7 de Janeiro, 19h28.
Quando a hora da partida de Ash chegou, o Mestre Pokémon liberou Charizard e foi embora, para a longíqua Kanto. May manteve o choro preso até o pai sumir no horizonte. Foi inevitável que lágrimas escorressem por sua face naquele dia. Ela entendia o raciocínio do pai e sabia que ele estava certo, mas o queria por perto nem que fosse somente para estar próximo. Mas ela amava sua mãe e sabia que ela sofrera muito ultimamente. Não podia ser egoísta. Tinha que ser forte. E foi esse impulso de força repentino depois da partida do pai que a fez convidar Don e Lyrche para o museu. Foram sem hesitar antes que a amiga mudasse de ideia.
- Olá! - disse a recepcionista - O que desejam?
- Três ingressos para a exibição, por favor - disse Don.
- Aqui estão os ingressos, cada um custa 50 Pokédolares. Por favor, divirtam-se e tenham um bom dia!
Don sentiu um calafrio percorrer sua espinha. Além de ser um tremendo déjà vu, havia algo estranho na fala da mulher. Apesar de fazer algum tempo da visita ao Museu de Slateport, Don teve certeza de que a recepcionista havia falado a mesma coisa no mesmo tom que a primeira, como um gravador. Com certeza havia algo de errado naqueles museus. Don olhou nos olhos da mulher e viu que apesar do tom vívido da sua fala, seus olhos estava mortos, sem brilho. Ele desviou olhar e respondeu:
- Obrigado.
Dentro do museu, Don comentou sua descoberta com as amigas.
- Fiquem atentas. Todos aqui são suspeitos. Tentem procurar nosso alvo sem chamar atenção.
Don se virou, esperando liderar o trio e May cutucou suas costas.
- Don... Qual é mesmo o nosso alvo?
- Ah, bem. Desculpem, ainda não apresentei minha teoria. Segunda a profecia, nós temos "um mistério a desvendar, três orbes a encontrar, um mapa a seguir, três a encontrar e um trio de instrumentos a descobrir". Acredito que seja na ordem. O mistério, nos estamos desvendando ao longo do tempo. Temos os orbes em mãos, então o nosso próximo alvo são os mapas.
- Don, nós já temos um mapa...
- Lyrche, a profecia menciona quatro mapas no total. Temos um mapa, que por acaso indica Sootopolis, "a cidade mística onde a história dorme". Neste museu estão os outros três mapas. Mais uma coisa. Sigam meu raciocínio: os titãs representam o mar, o continente e o céu, não? Então...
- ... Os três mapas que estamos atrás... - continuou Lyrche.
- ... Representam restaurantes tematizados... - brincou May.
- Aah, May, estragou o momento dramático da grande descoberta!
- Tudo bem, tudo bem, eu concerto... - ela tentou.
- Agora não adianta mais! Mas vocês sabem o que eu quero dizer, não? - as garotas assentiram e ele prosseguiu - Nos separemos. Começa agora a busca pelos mapas.
- Don... Não vamos nos separar. As pessoas são muito estranhas aqui e o museu é enorme. Se alguém for atacado, não haverá tempo para socorro. Vamos ficar juntos.
- Mais uma coisa... É como May disse... O museu é enorme... Como vamos saber aonde procurar mapas antigos num museu de arte?
Don foi pego de surpresa pela pergunta. O garoto, que planejou tudo, não havia pensado em como conseguir os mapas. Ele esperava que pudesse ser fácil, a recepcionista entregá-lo o mapa como aconteceu com o casal de velhinhos e os orbes, por exemplo, e não lançá-lo um olhar cadavérico por cima dos bilhetes. May revirou os olhos.
- Ah, façam-me o favor! Olhem para essa placa enorme que diz "Acervo Mitológico"! É claro que está aqui.
Lyrche e Don enrubesceram e seguiram May pelo corredor do acervo mitológico.