Floresta Tropical, Vila de Dewford, Hoenn; Dia 2 de Janeiro, 8h23.
A floresta era linda. Começava na praia com altas palmeiras e se densificava até formar um complexo sistema. Tudo naquela floresta era vivo. Até o chão, coberto de folhas e de Pokémon parecia ter vida. E estava tudo conectado, também. Uma pequena alteração em uma das partes e o todo sofreria como um só. Toda aquela ilha vivia em perfeita harmonia. A chegada dos amigos parecia quebrar aquela simplicidade amigável dos habitantes da vila.
- Que tipo de pássaros há aqui? - indagou Lyrche, curiosa - Com certeza não se parecem com os de Sinnoh. Apenas dois bastam. May tem seu Drifloon.
- É. Essa floresta é tão misteriosa, tão... Mística...
- É lindo - completou May.
O trio se embrenhou na floresta, admirando cada elemento daquele lugar. Insetos andavam sobre as folhas que tornavam o chão verde, onde vários Pokémon se escondiam dos predadores aéreos. E por falar em predadores aéreos...
- Don, Lyrche, olhem! - murmurou May - Naquela árvore, estão vendo? Um pássaro.
May apontava para um Taillow, que tinha um graveto na boca. O Pokémon soltou o graveto sobre o galho onde estava e voou. May se decepcionou e ia virando as costas quando Don a cutucou.
O Taillow havia voltado, com outro graveto.
- Ele está fazendo um ninho!
- É meu agora! - disse Lyrche, liberando Happinny em silêncio e tomando uma das Pokébolas vazias de Don. Ela sussurrou instruções no ouvido do Pokémon e ele foi. Happniny subiu a ávore e se aproximou do Taillow. O pássaro olhou para ele com curiosidade.
- O que está fazendo? - perguntou May - Não vai atacar?
- Aguarde.
Os Pokémon pareciam conversar. Happiny agitava os braços, como se explicasse algo para o Taillow. Depois de um tempo, este pareceu concordar e ficar feliz. Então Happiny subiu nas costas do pássaro e planaram até o chão. Taillow olhou para Lyrche, inclinando a cabeça para o lado. Lyrche se abaixou e alisou a cabecinha do Taillow. Ela mostrou a Pokébola vazia que havia tomado de Don a ele e, sem hesitar, o Pokémon tocou a esfera, que se abriu e liberou uma luz vermelha que envolveu-o. A Pokébola não balançou e Lyrche comemorou.
- O... que... foi... isso? - perguntou May.
- Ah, vocês nunca me viram pegar um Pokémon, não é? Não gosto de capturá-lo à força, às vezes me parece que a concordância não é mútua. Por isso mando Happiny convencê-lo de que viver conosco é bem melhor do que viver na selvageria da floresta.
- Entendo. Minha vez! - exclamou Don. Eu já sei que Pokémon pegar.
- Sabe? Como?
- Lembram do velho Eldritch, de Canalave?
- Sim, claro.
- Ele tinha um Pelipper. Estudamos na escola que Pelippers são Pokémon originais de Hoenn, das áreas litorâneas, principalmente.
- Don! É melhor se contentar com um Taillow ou um Wingull. Isso! Capture um Wingull e evolua-no para Pelipper. É muita areia para o seu caminhãozinho! - falou May.
- May, minha querida, não é à toa que fui chamado pelos antigos de O que Captura!
- Ih, tá se achando!
- Ah, cale a boca, Lyrche. Você está é com inveja!
- Inveja? A chance de se capturar um Taillow é de 200%, quer ele quisesse ou não, se eu quisesse, poderia ter capturado-o à força. Ele ficaria ou ficaria lá dentro! Agora um Pelipper? A chance é de 45%! Tudo bem que você capturou um Ursaring, que a chance é 60% e um Steelix! Mas existe algo chamado golpe de sorte. Um dia você ganha, outro você perde.
Don bocejou.
- Acabou? -retrucou ele - Lyrche, existe uma coisa chamada habilidade. Se você tem inveja porque até os antigos reconheceram minha habilidade, que se dane. Eu vou pegar um Pelipper.
O trio foi para a praia, onde haviam vários rochedos onde as ondas quebravam. Em cada um, Wingulls e Pelippers descansavam e se espreguiçavam com as asas abertas.
- Olhe - Don provocou Lyrche - e aprenda.
Taillow: Pokémon Andorinha. Taillow tem uma personalidade ardente, nunca voltando atrás ou regredindo o nível, luta sempre contra oponentes mais poderosos.
